29 de dez. de 2009

Banheiro

O casal já vivia sem picardia havia cinco anos. Era um casal normal e estavam casados havia 15 anos. Filhos, contas a pagar, aluguel, trabalho mal remunerado e rotina. Tudo isso junto cooperava para que o relacionamento fosse de mal a pior, e assim se esqueciam dos primeiros anos de casados em que a picardia reinava. Não existia lugar impossível, seja em uma festa de amigos, seja até no banheiro de supermercado. Sim, banheiro de supermercado! Aquela talvez fosse à experiência mais louca e mais pornográfica do casal. Sem contar que o banheiro era o feminino, o mais movimentado, e social, daqueles que são cinco sanitários divididos por uma divisória de granito. Eles se esbaldaram com a emoção e o arriscado. Seguravam os gemidos, mas não deixavam o prazer de lado. E como ele entrou e saiu sem ser notado? Jogada de mestre que não será contada para não influenciar ninguém.


Porém, essa picardia toda estava em desuso. Quando o casal se via era apenas para reclamar de tudo e de todos, até do colchão que segundo ela atacava sua alergia, e sempre naquela hora. Clichê de dor de cabeça já não funcionava então ela partir para a alergia. Certa vez quando o casal finalmente partiu para “o finalmente” o filho do meio bate à porta chorando dizendo que havia feito xixi na cama. O moleque cortou todo o clima.

Pelo andar da carruagem o casal não duraria muito. E se caso durasse seria apenas por pura convenção. Vivam como amigos, ou melhor, quase inimigos íntimos. Traição? Não! Incrivelmente não tinham cabeça para isso. Terapia de casal? Talvez! Mas era muito caro e não tinham dinheiro para isso. A melhor coisa seria o retorno da picardia e um banheiro como daquele do supermercado. Aí sim o casal voltaria a sua gênese e ao bom convívio.

A picardia entre os dois não seria ressuscitada facilmente. Eles não cooperavam para tal evento ilustre. Ela se vestia como uma dona de casa mal amada. Sempre com uma camisa velha e suja, com um short desbotado e frouxo, chinelos e cabelos descuidados. Ele por sua vez só se arrumava para o trabalho, mas em casa era um pijama insubstituível. O pijama dele e a roupa dela já estavam na condição de pele, pois não tiravam para nada. E deste jeito não há volúpia, libido, picardia que resolva.

Algo precisava ser feito e urgentemente. A devassidão daquele casal precisava ressurgir das cinzas literalmente.

Uma festa foi a salvação.

Foram convidados para uma festa de gala. Um casal amigo promoveu uma bela festa para comemorar suas bodas. O casal faria o mesmo tempo de casados. Eram tão amigos que resolveram casar-se no mesmo ano. Logo não podiam faltar, seria uma afronta e uma decepção para o casal amigo. Sendo assim deveriam os dois tomar um banho de loja e se consertarem-se em um salão de beleza. Além de convidados seriam novamente padrinhos na cerimônia. Para que ela se arrumasse em paz os filhos foram levados para a casa da irmã, portanto os dois sozinhos em casa durante o dia todo.

Passado o dia e a arrumação toda, ele foi chamá-la no banheiro – como de praxe o homem já estava arrumado – e ela o olhou pelo espelho todo arrumado. Terno, gravata borboleta, cabelo bem penteado, perfumado, enfim estava lindo novamente. E ele a olhou da cabeça aos pés. O vestido longo e apertado marcava suas curvas ainda preservadas, o cabelo enfeitado, o rosto maquiado e a boca pintada com o batom que o fez relembrar dos tempos de outrora. Ela corria os olhos por ele sabendo que dentro da calça havia um dote que ela usufruiu por longos dias de sua vida. E ele a despiu com os olhos relembrando das curvas que o enlouqueciam nos primeiros tempos. Lembrou-se também do dia no banheiro do supermercado, e como por telepatia ela também relembrou daquele banheiro. E por ironia do destino estavam os dois no banheiro. Sentiram a volúpia retornar e se deram mais uma chance. A gênese dos dois se iluminava por meio das luminárias do banheiro.

Ele a agarrou pelas costas encoxando-a e encostando seu membro já rijo e latente. Ela por sua vez foi se roçando e suspirando e se deliciando. Ele a mordia e a beijava na nuca. Virou-a e beijou-a despudoradamente. Ela correu a mão pela cintura dele procurando seu membro, e lá estava em ponto de partida. Ele a apertava as ancas e a beijava o queixo, a boca, a orelha, o pescoço desordenadamente. Em seguida ela se abaixou, abriu a braguilha e retirou o pênis duro e o pôs em sua boca sem nenhum escrúpulo. Ele se via no céu, e se aquele momento fosse considerado pecado, ele estaria pronto para enfrentar o juízo. Enquanto isso ela ia correndo a língua por todo o membro e oscilava em chupá-lo e acariciá-lo. Às vezes mordiscava a ponta fazendo que ele soltasse gemidos de prazer. E engolia com ferocidade.

Passado algum tempo ela se levanta, levanta o vestido até a cintura, retira a calcinha, põe se em cima da pia, abre a perna em um ângulo de 180° e mete a cabeça dele por entre as pernas. Ele por sua vez lambe toda a vagina correndo a língua por todos os lados e em todos os sentidos. Ela geme e ele lambe, morde, chupa. Ora chupa com tanta vontade que solta alguns estalados e ela gritos de prazer.

Terminado o feito ela desce e se põe de costas para ele que encaixa perfeitamente dando aos dois o prazer que havia se esquecido. Ele se movimenta e ela o ajuda no vai-vém que não se desgasta, pois não era mais mecânico e sim carnal. Os dois não estavam ligados apenas pelos órgãos sexuais; seus corpos, suas mentes, seus espíritos estavam ligados assim como foi dito nos votos matrimoniais. Ela se sentia possuída. Ela então se desvencilha e retorna para cima da pia pedindo que ele enfiasse com mais força. E ele obedeceu como um súdito. A cada movimento um gemido forte. Ela abaixa o vestido mostrando lhe os seios que logo são apalpados com força. Estes estavam duros e arrepiados. Por um momento ela se amolece e se para, ele percebe, retira o membro da sua vagina e vê escorrer um líquido viscoso; ela havia gozado. Após alguns segundos ela retorna ao mundo. Desce da pia, senta o marido no toilet e senta-se em cima dele dizendo tomar as rédeas do ato. Movimenta-se como uma cavalgada voraz. Ele geme forte e goza dentro dela. Ela se põe de joelhos e engole o pênis sugando o que ainda restava de gozo.

Eles então se arrumam novamente prontos para a festa e prometem mais durante a mesma.

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