28 de jan. de 2010

O Troco

Quando descobriu que o cafajeste de seu namorado lhe traía por várias vezes, ela quis sumir do mapa. Sem falar com ninguém, tomou um rumo qualquer e para lugar nenhum. Só pensava em sumir e esquecer-se de tudo o que vivera até ali. Como podia um homem com palavras tão belas ser um cafajeste? Ela se perguntava enquanto andava sem rumo. Eles tinham um namoro bem firme e até pensavam em casamento, já havia cinco que estavam juntos e ela nunca desconfiou de nada. Pois, ele a tratava muito bem e nunca deixou de comparecer ou esqueceu-se de uma data sequer. O namoro era aparentemente exemplar.


Para dar o troco lhe faltava coragem. Se matar? Não, nem lhe passou pela cabeça esta hipótese. Decidiu então entrar no primeiro estabelecimento que estivesse aberto. Assim saiu correndo por uma rua movimentada, chorando e querendo sumir, até que avistou um cinema aberto. Eram dez da noite, mas a sessão estava quase vazia. Nem sequer prestou a atenção no filme em cartaz. O cinema seria um lugar perfeito para chorar sem ser importunada por olhares curiosos, mas que não nada resolveriam.

Em meio às luzes projetadas na tela, as lágrimas caíam pelo seu rosto amargurado. O filme era o de menos, não lhe importava uma cena qualquer. Se o filme era de terror ou romântico pouco importava, o que ela queria era chorar e mais nada. Decidiu parar de chorar, pois o canalha não merecia uma lágrima sequer daqueles lindos olhos. Olhando para o lado percebeu um rapaz que estava atento a cada cena do filme. Ficou admirada pelo rapaz que era um belo rapaz. Olhava o jeito de ele comer a pipoca, prestava a atenção no movimento dos lábios ao mastigar. Agora quem lhe chamara a atenção era o rapaz do cinema. Este seria um ótimo lugar para trair o safado. Não havia ninguém por perto, na sessão só havia um casal na primeira fileira, duas pessoas no canto direito e os dois no meio do cinema e na mesma fileira. Realmente ninguém os notaria caso resolvessem transar ali.

Ela corria os olhos por todo o corpo dele. Quando ele se virava, ela então disfarçava olhando a tela em frente. A cena que passava era de um casal namorados tendo sua primeira relação sexual. Aquilo a excitou e ela se via transando com o rapaz ao lado. Começou a sentir calafrios como se o rapaz a beijasse o pescoço e a nuca. Suas pernas tremiam, seu corpo ardia em chamas ao pensar que era possuída pelo desconhecido. Os seios eriçaram ficando rijos e com os bicos marcando na blusa. Mordia os lábios em êxtase e proferiu uns gemidos baixinhos. Aquele ponto sua calcinha já estava toda molhada. O rapaz a olhava enquanto ela se contorcia, achando aquilo estranho nada fez, ficava apenas alternando o olhar entre a tela e a moça ao lado.

As fortes mãos do rapaz corriam pelos braços e pelas pernas dela. Uma dentro da blusa e a outra dentro da calça. Uma apalpava os seios rijos a outra massageava o clitóris molhado. Arrancou-lhe beijos voluptuosos e ardentes; ela se via numa situação embaraçosa, pois aquilo era apenas em sonho. Porém, o devaneio não parava por ai e ela se imaginava nua de pernas abertas enquanto ele rodeava a língua pelo seu clitóris e às vezes até tentando penetrá-la com a mesma. Em seguida coloca em sua vagina o falo latejante e a faz gozar ao passo de gemer alto e todos ouvirem. Quando deu por si, envergonhada ela abaixa a cabeça, se recompõe e sai silenciosamente do recinto. Infelizmente não teve coragem de dar o troco no namorado em plena realidade e sim em sonho, mas os dias e as idéias não haviam acabado logo para tal só lhe faltava coragem.

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