19 de mai. de 2010

A Recepcionista

É impressionante como não conseguimos refrear nossos desejos sexuais. Podemos não transparecer, mas por dentro uma alma devassa grita alto possuindo a mente e os sentidos. Ninguém escapa deste desejo desenfreado de tomar ou de ser tomado por alguém, principalmente quando nos deparamos com uma pessoa que se enquadra no perfil que nos atrai sexualmente. Cada pessoa tem sim seu fetiche, pode este ser comum como a de homens gostarem de bundas, mas são os individuais que mais nos descontrolam.


Um conjunto de pequenas atitudes dá a pessoa desejada um destaque das demais que se encontram no recinto. A mordida no doce, o jeito de andar, a maneira de passar a mão no cabelo, o sorriso, a andar, o olhar, etc.. Cada coisa feita na hora certa parece aumentar os seios, as pernas, a bunda, o peitoral, a boca, demarca o órgão sexual levando o desejador despir o desejado imaginando o corpo nu.

Outro fator que nos motiva sexualmente são os clichês. Mesmo aos mais inovadores que se imaginam em lugares impossíveis e diferentes, a estes o clichê sempre é o ponto de partida. Quem nunca se pegou imaginando com uma enfermeira ou um médico, policial, empregada libertina, bombeiro, professor ou professora? Sempre nos refugiamos nos clichês. E comigo não foi diferente. Todos os pontos acima abordados vieram de uma só vez num dia em que eu estava desprevenido e desesperado.

Havia um parente que se encontrava em estado grave no hospital da cidade. Estava entre a vida e a morte. Toda a família estava abalada e todos os olhos estavam voltados àquela situação. Todos haviam parado suas atividades diárias e ido ao hospital para saber notícias. Também fui, pois era um parente próximo. Encontrei a todos e ao saber do risco que meu parente corria, fiquei sem chão, pois ele era muito querido por mim. Havíamos crescido juntos e compartilhávamos de muitas peraltices. Refugiei-me num canto da recepção para refletir sobre a vida, nestas horas a filosofia sobre a vida e a morte sempre vem à tona. Olhar vago e pensamento longe e eu permaneci sentado afastado de todos. Não havia nada de pretensioso na minha cabeça até que senti uma mão no meu ombro. Um toque feminino e suave. Achei que estava delirando, mas não, era verdade. Uma moça em pé com a mão no meu ombro. Disse-me que a visita já havia começado. Era a recepcionista do hospital que veio me dar o aviso, pois eu era o único da família que estava na recepção, os demais estavam no lado de fora. Ainda enternecido fiquei alguns segundos sentado, depois me levantei e fui avisá-los. Só podiam subir três pessoas para a visita. Logicamente os pais do paciente e mais uma pessoa. Elegeram-me a terceira, porém não quis subir dando lugar a minha mãe. Logo após que eles subiram, eu retornei ao meu lugar de introspecção. E assim permaneci durante longo tempo.

Corri o olho pela recepção e avistei a moça que havia me avisado da visita. Olhei para ela sem nenhuma pretensão, apenas para reconhecê-la, já que não havia visto e só ouvido a ela. Em meio a minha tristeza o seu sorriso resplandecia, ela conversava com outra recepcionista e era algo interessante visto que não paravam de rir. Meu olhar se fixou nela tanto que eu não conseguia focar outra coisa a não ser seu semblante. De onde eu estava dava apenas para ver os ombros e a cabeça, mas já era grande coisa. Ela era muito linda e se encaixava no meu perfil de mulher perfeita. Cabelos castanhos, ondulados e longos, olhos castanhos, pelo seu ombro podia se notar que ela não era mirrada e lânguida, mas sim forte e robusta, era um típico perfil atlético; quando ela se levantou percebi que tinha uma altura média, vi seu tronco por completo, tinha os seios médios, nem fartos nem pequenos, seus braços demonstravam que ela freqüentava academia, pois eram firmes e torneados. Para mim tudo o que havia visto já era o bastante para achá-la perfeita. Queria abordá-la, mas não sabia como. A visita havia acabado e então fui para casa. E a cabeça não parava de pensar na recepcionista. Queria vê-la novamente.

Passados três dias, voltei ao hospital e por sorte era o plantão dela. Não havia calculado o dia certo, até porque nem saberia qual era. Posso dizer que dei uma sorte lotérica. Não queria deixar passar outro dia sem ao menos saber seu nome. Como da outra vez já, havia gente na minha frente para visitar o parente internado, e por mais um dia fiquei de fora esperando apenas notícias. Mas minha intenção era outra. Como alguém desinformado, acheguei-me até a recepcionista perguntando algo sobre o funcionamento das visitas. Ela me respondeu todas as perguntas, e enquanto ela falava, eu a observava por inteiro e contornava seu corpo com o meu olhar. Logo olhei para os dedos e não vi nenhuma aliança, isto me aliviou e me deu mais impulsão para uma abordagem pueril. Aproveitei para lançar uma espécie de cantada elogiosa, de forma inocente e “despretensiosa”. Ela apenas sorriu dizendo obrigada. Dentro de mim os hormônios estavam efervescendo. As cantadas fluíam dentro da minha cabeça como versos para um poeta. Mas, nada disse e conservei-me calado só observando-a. Eu não conseguia proferir nenhuma palavra sequer e permanecia olhando a moça e desejando-a ardentemente. Até que ela me perguntou se havia mais alguma coisa, eu disse que sim, perguntei a ela qual era a sua escala, pois só viria nos dias em ela estivesse de plantão. Meio embaraçada me respondeu que era um dia de trabalho e dois de folga, e sempre no mesmo horário, ou seja, à noite. Rapidamente marquei no calendário todos os dias em que a encontraria ali. Enquanto eu me virava para sair ela me pergunta o porquê eu queria saber o seu plantão. Respondi dizendo que era só para vê-la.

Esperei ansioso por outra visita ao hospital. Eu que nunca gostei de hospital, passei a amá-lo, pelo menos a recepcionista do hospital. E sobre meu parente, ele estava bem. Já estava no quarto e se recuperando rápido. E ao saber que ele logo sairia do hospital, corri em tentar conquistar a recepcionista. Chegado o dia do plantão dela, eu fui ao hospital uma hora antes de horário de visita. Aproximei-me da bancada e me identifiquei, para minha surpresa ela já tinha gravado o meu nome. Ela sorria para mim como se estivesse me dizendo algo, mas eu não conseguia decifrar. Ela me perguntou qual era o motivo de eu estar tão cedo já que a visita era só daqui à uma hora. Respondi que era só para vê-la por mais tempo, pois ela era o que me matinha firme visto que a situação era delicada. A enfermidade do meu parente veio a calhar para a desculpa esfarrapada que eu dei. Se ela notou, não sei, mas ela gostou da resposta. Daí então nós começamos conversar sobre tudo o que vinha a cabeça. Por fim pedi seu telefone, marcamos o dia e o local para sairmos e nos conhecermos melhor. Até ai tudo certo e correndo bem como eu queria e esperava. Só não contava com uma surpresa.

Ainda havia bastante tempo para a visita começar. Continuávamos conversando e ela me pediu para ajudá-la a pegar uns materiais numa sala no corredor ao lado da recepção. Confesso não ter entendido tal convite sendo que havia outros funcionários para tal serviço. Mas mesmo assim eu fui com ela. Andamos pouco até chegar ao local. Era um quartinho de quase quatro metros quadrados; havia muitos papéis, rolos, bobinas, vasilhas, materiais de papelaria em geral. O quarto era bem iluminado e fresco. Ela pegou alguns papéis e os pôs em meus braços. Vendo o esforço que eu fazia por causa do peso dos papéis, ela apalpou os meus braços dizendo que eu era um homem de braços firmes e ela adorava homens assim. E continuou dizendo que homens assim mexiam com seus ânimos, deixando-a excitada. Eu parado em frente à porta fiquei alguns segundos sem reação, mas logo a empurrei para dentro e tranquei a porta do quartinho. Joguei os papéis no chão, fui logo a agarrando pela cintura e beijando-lhe a boca e o pescoço, passando a mão por entre os cabelos e a outra nas ancas firmes. Ela esbaforida foi ao mesmo tempo se esquivando e se deixando beijar. A essa altura eu já tinha desabotoado sua blusa e ia desabotoando o sutiã, mas ela não quis mais e por um infortúnio chamaram pelo seu nome. Então ela se recompôs e voltamos para a recepção. Ela atordoada e eu alucinado querendo terminar o que tinha começado. Já era a hora da visita. Peguei meu crachá e subi. Contei tudo ao meu parente que riu querendo mais notícias da tal moça. Terminei minha visita, fui até a bancada da recepção entregar meu crachá, despi-me dizendo que aquilo o que ela fez não se faz com ninguém, ela me respondeu que teria muito mais na hora certa. Esperei até o encontro.

Realmente ela não mentiu, deu-me tudo o que eu merecia após a frustrada tentativa no hospital. Deleitamos-nos por diversas vezes. Meu parente havia saído do hospital, mas não deixei de visitar a recepcionista no hospital. O quarto? Foi testemunha de algumas perversões.

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